domingo, 25 de novembro de 2012

Por uma Psicanálise Humanista II



Cabe acrescentar algumas considerações sobre a psicanálise num viés humanista.

A psicanálise é fundamentada na relação transferencial e nas bases freudianas e isto é fato. Ocorre que desde Freud, existiram
 muitos colaboradores na teoria e prática psicanalítica que contribuíram para sensíveis diferenças tanto no setting quanto nas bases de atuação sem perder a identidade psicanalítica.

Existe um viés psicanalítico fundamentado basicamente nos conflitos intra-psíquicos que chamamos de clássico e tem como raiz a prática clinica de Freud, Klein e Lacan e outro viés que considera algunsoutros fatores como a maternagem e a formação do self, as relações objetais reais, uma visão mais elaborada e menos simbólica do trauma e do abusador, uso da empatia e da figura real do analista, maior importância do ambiente em comparação com o determinismo psíquico, a preocupação com o retraumatismo recorrente etc. 
Este viés, que estende o campo e modifica a prática do analista (que continua psicanalista), é chamada por mim e alguns psicólogos de psicanálise humanista.
Os principais representantes desta psicanálise em minha opinião são Sandor Ferenczi, Donald Winnicott, Erich Fromm, Joyce Mcdougall e Alice Miller.
Todos estes teóricos rompem com algumas premissas Freudianas, mas conservam a essência da Psicanálise e em minha opinião a Escola Psicossomática de Paris com Pierre Marty, Rossine Debray e Leon Kreisler, entre outros se identificam muito com esta linha teórica.
Outro ponto importante é que a interpretação e a conduta neutra da psicanálise clássica contrastam muito com a necessidade extrema de acolhimento do paciente somático.
Desta forma esta é conceitualmente a psicanálise que praticamos.


(Prado, A.F para Blog http://psicossomaticaararaquara.blogspot.com.br)

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