sábado, 2 de março de 2013

O excesso de regras na educação pode levar ao adoecimento



Um importante fator emocional que reforça o adoecimento na fase adulta é a pouca capacidade de reação sadia à frustração e também dificuldade de expressão dos sentimentos.
Esta distorção do desenvolvimento ocorre principalmente pelo excesso de regras de conduta coercivas na infância.
      Eduque, mas deixe espaço para que seu filho manifeste sua reação natural diante das frustrações.
Em todo momento de frustração existe três tempos:  o tempo da reação infantil muitas vezes desajeitada,  o tempo do dialogo e somente depois o desfecho que pode ser a favor da criança ou do adulto. Passar por estes três tempos exige dedicação e tranquilidade por parte dos pais e cuidadores.
O uso frequente da coação educativa, para ganhar tempo e triunfar sempre sobre a criança, leva a uma redução da segurança, autoestima e vulnerabilidade a certas doenças de forte componente psicossomático.
Dar espaço para reação é o mesmo que dar condições para o desenvolvimento da autodefesa, autonomia e criatividade.
A partir daí é que se desenvolvem as melhores defesas psicológicas que fortalecem contra as doenças psicossomáticas.

(Alfeu Figueredo do Prado
 para o Blog http://psicossomaticaararaquara.blogspot.com.br)



sábado, 19 de janeiro de 2013

A Humanização impulsionada pela Psicologia Hospitalar




Existem duas grandes preocupações na Gestão Hospitalar : Custos e Qualidade
A Qualidade que antes era representada pelos equipamentos e pela eficiência da equipe, agora ganhou um novo elemento que se tornou o grande diferencial para alegria dos usuários: a Humanização.
Diante de serviços muito padronizados, o que atrai a atenção dos cliente atualmente é a Atenção Humanizada que se tornou o grande desafio dos Gestores.
Como implantar este valor na cultura organizacional do hospital num ambiente onde a dor e o sofrimento são quotidianos e os procedimentos rígidos representam a maioria das relações entre pacientes e equipe?
A resposta em nosso entendimento passa pela Psicologia Hospitalar e isto merece uma pequena explicação.
O poder emocional destrutivo da doença Psicossomática se esconde por traz do sintoma físico e não gera demanda para terapia. Isto faz com que as tensões do paciente continuem prejudicando o tratamento medico.
São os momentos de crise que expõem a fragilidade psicológica do paciente que se abre um pouco para o contato com o psicólogo.
A presença do Psicólogo Hospitalar é uma oportunidade de alcançar o paciente, com esta demanda exposta, iniciando ali no leito o tratamento, ajudando na adesão ao tratamento médico e no restabelecimento.
O trabalho do Psicólogo tem a capacidade reduzir a tensão do paciente, da família e até mesmo da equipe, que conta com um professional de apoio. Esta presença traz uma percepção grande de humanização para todos.
Uma parcela dos pacientes continuarão a terapia após sua alta vivenciando mudanças positivas para o prognóstico de sua doença.
Muitos hospitais já estão investindo na Psicologia Hospitalar Ativa, como eu chamo esta conduta pró-ativa do psicólogo no leito e certamente se beneficiarão da melhoria de seus serviços e da vantagem competitiva do seu pioneirismo. Esta visão contrasta com a Psicologia Hospitalar passiva que se baseia na psicologia acionada unicamente via Interconsulta.
A Psicossomática nos mostra que não é somente a manifestação descontrolada da emoção que gera demanda para o Psicólogo, mas a repressão da emoção aparentando uma falsa tranquilidade também aumenta seu escoamento sobre o órgão de choque, prejudicando a recuperação, justificando desta forma a atuação proativa do psicólogo junto aos pacientes doentes no leito. 
Na prática, o paciente calmo e que demonstra uma aparente tranquilidade superficial e não atrapalha a equipe e consequentemente não seria acionado via interconsulta, muitas vezes é o mais carente de cuidados psicológicos na perspectiva psicossomática.
Psicossomática Psicanalítica certamente tem muito a contribuir com este cenário onde está presente a demanda do paciente somatizador, que contrasta com a demanda do paciente nervoso e pode ser ilustrada pelo texto Qual a Relação entre a doença Física e a parte Psicológica? 

(Prado, Alfeu F. para o Blog http://psicossomaticaararaquara.blogspot.com.br)